Vamos falar sobre sonhos? Resenha do livro O vendedor de sonhos - O chamado

quarta-feira, outubro 25, 2017


Título: "O Vendedor de Sonhos - O chamamento"
Autor: Augusto Cury
Edição: 2009
Páginas: 300
Editor: Livros d'Hoje

SINOPSE:
Um homem maltrapilho e desconhecido tenta impedir que um intelectual se suicide. Um desafio que nem a polícia nem um famoso psiquiatra tinham sido capazes de resolver. Depois de resgatá-lo, esse homem, de quem ninguém sabe a origem, o nome ou a história sai proclamando aos quatro ventos que a sociedade moderna se converteram ao hospício global. Ao mesmo tempo em que arrebata as pessoas e as liberta do cárcere da rotina, arruma muitos inimigos. Será ele um sábio ou mais um louco? Um romance que nos fará rir, chorar e pensar.


De acordo com o dicionário sonhos podem ser definido como " atividade mental não dirigida, que se manifesta durante o sono, pelo menos nas suas fases menos profundas, e da qual, ao acordar, se pode conservar certa lembrança". Em minha concepção, sonhos são desejos do coração que nos motivam a seguir em frente e acreditar em um futuro melhor. São o que nos fazem lutar dia após dia para alcançar um determinado objetivo.

Repleto de sábias palavras do início da primeira página até a última, este foi um dos livros que mais me tocaram, pois a forma como o autor descreve a vida e os conflitos interiores dos personagens nos fazem em algum momento se identificar com a situação, e nos coloca frente a frente com o nosso "verdadeiro eu", sem se esconder sob as máscaras, dos títulos e das formações acadêmicas.

Faz uma crítica a classe intelectual que passa grande parte de suas vidas lutando para conquistar um lugar na sociedade e se tornar bem sucedidos em suas vidas profissionais, na tentativa de mascararem suas feridas e  desequilíbrios emocionais. E sem perceber vão perdendo a sua essência, aquilo que os fazem felizes e o seu precioso tempo que poderia ser dedicado as pessoas que fazem parte de suas vidas.

Chamado de Vendedor de Sonhos, um estranho moço caminha pelas ruas da cidade não vendendo sonhos, mas trazendo de volta os que já existem nas pessoas que em algum momento desistiram deles ou deixaram de sonhá-los. A forma como o vendedor de sonho fala com as pessoas nos comove e toca nosso coração, pois ele sabe caminhar sob os caminhos escuros de nossas mentes e entender os mais obscuros pensamentos e tormentos de nossa alma.

Após salvar a vida de um jovem que queria pular de um prédio, O Vendedor de Sonhos o convida para segui-lo e convida várias outras pessoas que conhece ao longo da história pra vender sonhos. Ninguém sabe sua inidentidade e de onde veio, se é um sábio ou um louco, mas todos concordam que o desconhecido tem um poder de persuasão indescritível, um discurso capaz de convencer  até pessoas da alta sociedade para o seguirem.

Pelo fato de Augusto Cury, autor do livro ser psiquiatra ele trás para dentro de seus livros e ilustra na vida de seus personagens assuntos abordados pela psicologia e psiquiatria, de uma forma que possa ser compreendida por aqueles que leem os livros. Tratando de conflitos interiores que vivenciamos em nosso dia-a-dia, além de nos ensinar através de sua histórias como lidar com essas situações.

Frases marcantes retiradas do livro:

- "Os suicidas, mesmo os que planeiam a morte, não querem matar-se, mas matar a sua dor".

- "Parem com a necessidade neurótica de mudar os outros. Ninguém muda ninguém. Quem cobra mais dos outros do que de si mesmo está apto para trabalhar numa financeira, mas não com os seres humanos".

- "As loucuras só podem ser tratadas, quando abandonam os seus disfarces...".

- "(…) comecei a entender que todos nós, por mais sucesso que tenhamos, perdemos. Ninguém voa para sempre num céu de brigadeiro, ninguém navega eternamente numa lagoa plácida. Uns perdem mais, outros menos, uns sofrem perdas evitáveis, outros inevitáveis. Uns perdem no teatro social, outros no teatro psíquico. E se alguém conseguir passar ileso pela vida, uma coisa perderá: a juventude".

- "Podem chamar-me louco, psicótico, maluco, não importa. O que importa é que, como todo o mortal, um dia irei terminar o espectáculo da existência no pequeno palco de um túmulo, diante de uma plateia em lágrimas".

Gostaram do livro? :)

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